Denise Frossard: O TIRO NA CRECHE

Texto por: Denise Frossard

Convidada para escrever algo sobre a segurança pública para esse espaço que valoriza a marca Rio, lembrei-me de um vídeo da minha campanha para o Governo do Estado do Rio, que aconteceu em 2006. Caramba! Faz 19 anos!

Eu estava no Morro da Formiga, na Tijuca. No vídeo eu dizia: por que que eu sempre bato na tecla de que nós temos um grande problema nesse Estado, que é a questão da violência e da criminalidade? Essa é uma creche do Morro da Formiga. As crianças estão bem tratadas, bem alimentadas. Ficam aqui o dia inteiro. Algumas só têm essa alimentação aqui. Mas, se vocês olharem ali na parede da creche tem um rombo de fuzil. Adianta eu tirar, como governadora, por exemplo, essa creche daqui? Não! Eu tenho que ajudar a melhorar essa creche. Mas, ela não pode ser alvejada pelos tiros. O Rio de Janeiro inteiro é uma área de tiros. Eu não quero tirar a creche daqui. Eu quero tirar o tiro da creche. Foi o que eu disse naquela oportunidade…

O Rio é uma cidade, verdadeiramente, maravilhosa. Dela eu fiz o meu segundo berço, quase uma pátria. Ela é a melhor referência do Brasil no mundo. Por isso, haja o que houver, aconteça o que acontecer, o Rio tem sido e será para sempre o destino de grandes eventos e de turistas de todos os lugares. Deus presenteou o planeta com esse lugar. Mas, temos por aqui um grande, grave e velho problema: o crime.

Tenho ouvido e visto pessoas responsáveis, cheias de boa intenção a proclamar que, em razão do crime, o Rio acabou. Nada disso! Nesses tempos de verão, de férias em vários lugares do mundo, é fácil ver que o Rio continua vivo. Sofre, mas permanece belo. Há, então, que se retirar o crime das ruas. Do mesmo modo como eu propus retirar o tiro da creche.

Pensem comigo por um momento. Se os bandidos, esses que agem nas ruas e nas comunidades estivessem desarmados, teriam a ousadia que têm? Estou certa de que não. Portanto, temos aí uma primeira providência urgente: desarmar os bandidos. Como faremos isso? Irá cada um de nós tomar as armas deles? Deus o livre! Para isso existem as polícias, certo? As polícias precisam agir. E pelo que vejo, têm agido.

Chamo a atenção de vocês para um vídeo que circula nas redes, que apresenta o Governador do Rio de Janeiro, num lugar repleto de armas apreendidas pelas polícias. Cláudio Castro avisa: “Estou num dos depósitos de armas apreendidas pelas polícias do Rio de Janeiro. Sabe o que é mais impressionante? Nenhuma dessas armas é produzida aqui. Sabe por quê? Porque o Rio de Janeiro não fabrica armas!”

Nada mais óbvio, como evidente também é que quem deveria impedir a entrada de armas no Estado e a entrega delas aos bandidos não faz um bom trabalho. Eu chego a acreditar que não faz trabalho nenhum nesse sentido. No vídeo do governador, “o caminho das armas” ele indica o trajeto das armas das fábricas até as mãos dos bandidos. Então, é de se esperar que, tendo as polícias para tomar as armas dos bandidos e não tendo mais os bandidos acesso a novas armas, daremos um grande passo, o mais importante, para combater o crime que atua nas ruas e nas comunidades.

Isso feito, será possível seguir adiante com políticas de segurança eficazes, pois as aplicadas até o momento, há anos e durante vários governos, de nada adiantaram.

Este é um convite à reflexão, com as coisas nos seus devidos lugares.

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