Olha só que notícia boa: Um trecho do livro Anos 40 de Ricardo Amaral, que reconhece o Rio de Janeiro, palco musical do Brasil. Além no circuito Madureira, Copacabana e Ipanema.
É uma história pura da década de 1940, mas rascunho um ano antes. Enquanto o mundo se preparava para a Segunda Guerra Mundial, que viraria o rumo da humanidade de cabeça para baixo, no Rio de Janeiro caia uma chuva fina. Daquelas que tiram o carioca das ruas e o colocam na cama, olhando para o teto. Foi assim, estirado sobre um lençol de algodão confeccionado na fábrica de tecidos Nova América, que Ary Barroso, mineiro de Ubá, mas que parecia ter nascido em algum ponto entre Madureira e Copacabana, seria toma por um surto de inspiração.
“Senti então iluminar-se uma ideia preconcebida. Libertar o samba das tragédias da vida, do seusualismo (sic), das paixões incompreendidas, do cenário social já tão explorado” – contaria Ary, tempos depois, em entrevista ao Diário de Notícias. E completou: “ O ritmo original, diferente, cantava na minha imaginação, destacando-se do ruído forte da chuva, em batidas sincopadas de tamborins fantásticos…O resto veio naturalmente, música e letra de uma só vez.” Assim numa manhã chuvosa de 1939, nascia “Aquarela do Brasil”, a segunda música brasileira mais executada no mundo, só perdendo para “Garota de Ipanema”.
Ouça o áudio original de Aquarela do Brasil: