Rica Perrone, jornalista do esporte, tido pelo jornal O Globo em 2013, como “Carioca de Coração“, mantém o canal Cara a Tapa no YouTube com quase um milhão de assinantes. Perrone entrevistou, recentemente, o repórter Eduardo Tchao, ex-global, que comunicou o fim do Rio de Janeiro, sepultado pelo crime impune das milícias e traficantes. “O Rio acabou!“, disse Tchao e completou: “Não existe lugar nenhum no mundo que tenha mais bandido do que nos condomínios de luxo da Barra da Tijuca” e foi além: “Esse Estado é comandado pelo Poder Paralelo. Solução não tem“.
“Não existe lugar nenhum no mundo que tenha mais bandido do que nos condomínios de luxo da Barra da Tijuca”
Com a ajuda do Perrone, o entrevistado discorreu sobre a evolução do crime no Rio desde os tempos do jogo do bicho passando pela leniência da polícia, quando disse que “um dos ambientes onde o crime tem mais presença fica em frente à Cidade da Polícia“. Eduardo Tchao repete o que se tem ouvido e visto nas notícias sobre o Rio de Janeiro, uma marca que, diante disso, perde valor no mundo.
Não faz muito tempo que ser do Rio de Janeiro fazia do indivíduo alguém especial com bom charme e grife. Hoje somos olhados com a percepção do medo, do risco, uma imagem construída pelos fatos, sem dúvida, mas reforçada pelo exagero e depressão. É preciso fazer alguma coisa. É preciso resolver o problema, mas para isso, necessário é que se acredite que existe solução.
No quesito valorização da imagem do Rio, outro Eduardo, o prefeito, diz coisas diferentes e rende homenagens à cidade. Eduardo Paes gosta de ser prefeito do Rio, tanto que está na função pela terceira vez e quer um quarto período. Somados os três tempos, Eduardo é prefeito há quase 12 anos. Se reeleito, poderá somar mais 4 aos doze. Além de ser prefeito por tanto tempo, Eduardo Paes foi vereador, deputado federal e exerceu uma influência quase singular sobre outro prefeito que administrou a cidade por 12 anos e sobre dois governadores que, no conjunto, governaram o estado por 16.
Se Eduardo Tchao tem razão no que disse ao Rica Perrone, o amor do outro Eduardo pelo Rio é amor vazio, como foi o amor de um jovem enamorado que desafiado pelo sogro brutamontes, fez juras à namorada de enfrentar qualquer problema e qualquer um na luta por ela, para, no final da conversa dizer: “se amanhã não chover, voltarei aqui para ver você“.
Assista a entrevista realizada no programa Cara a Tapa: