Estrelado por Mel Lisboa e dirigido por Marcio Macena e Débora Dubois, espetáculo sobre a rainha do rock brasileiro ficou mais de um ano em cartaz na capital paulista com sessões esgotadas
Fotos: João Caldas
Visto por mais de 60 mil pessoas, o espetáculo Rita Lee – Uma Autobiografia Musical, estrelado por Mel Lisboa e dirigido por Marcio Macena e Débora Dubois, desembarca no Rio de Janeiro para uma temporada de 26 de junho a 3 de agosto, no Teatro Casa Grande.
O espetáculo estreou no dia 26 de abril de 2024 em São Paulo e, ao longo de mais de um ano em cartaz, teve todas as suas sessões esgotadas. O musical tem roteiro e pesquisa de Guilherme Samora e direção musical de Marco França e Marcio Guimarães. E ainda traz no elenco, interpretando personagens icônicos da nossa MPB, Bruno Fraga (Roberto de Carvalho), Fabiano Augusto (Ney Matogrosso), Carol Portes (Censora Solange), Debora Reis (Hebe Camargo), Flavia Strongolli (Elis Regina), Yael Pecarovich (Gal Costa), Antonio Vanfill (Arnaldo Baptista e Charles Jones), Gustavo Rezende (Raul Seixas), Roquildes Junior (Gilberto Gil) e ainda os atores Lui Vizotto e Priscila Esteves (swing).
Tudo começou quando Mel Lisboa pisou pela primeira vez em cena como Rita Lee, em 2014, no musical Rita Lee Mora ao Lado. Ela não poderia prever algumas coisas: primeiro, que seriam meses de casa cheia em um dos maiores teatros de São Paulo. Segundo, que a própria Rita Lee apareceria sem avisar, abençoaria sua performance e ainda voltaria para assistir ao espetáculo. Trabalho, aliás, que rendeu a Mel prêmios como melhor atriz e a colocou de vez entre os maiores nomes do teatro nacional, com uma frutífera e diversificada carreira.
Desta vez, Mel conta a história de Rita com base no livro da cantora, lançado em 2016, que narra os altos e baixos da carreira de Rita com uma honestidade escancarada, a ponto de ter sido apontado como “ensinamento à classe artística” pelo jornal O Estado de São Paulo. A ideia do novo musical surgiu quando Mel gravou a versão em audiolivro, como Rita, em 2022. O texto de Rita, numa narrativa envolvente e perfeita para um musical biográfico, conta do primeiro disco voador avistado por ela ao último porre. Sem se poupar, ela fala da infância e dos primeiros passos na vida artística; de Mutantes e de Tutti-Frutti; de sua prisão em 1976, na ditadura; do encontro de almas com Roberto de Carvalho; das músicas e dos discos clássicos; do ativismo pelos direitos dos animais; dos tropeços e das glórias.

“A vida de Rita precisa ser contada e recontada. Sua existência transformou toda uma geração. E continua a conquistar fãs cada vez mais jovens. Rita não é ‘somente’ a roqueira maior. Ela compôs, cantou e popularizou o sexo do ponto de vista feminino em uma época em que isso era inimaginável. Ousou dizer o que queria e se tornou a artista mais censurada pela ditadura militar. Na época, foi presa grávida. Deu a volta por cima e conquistou uma legião de ‘ovelhas negras’. Se tornou a mulher que mais vendeu discos no país e a grande poetisa da MPB”, declara Mel Lisboa.
Como diz Rita no livro, seu grande gol é ter feito um monte de gente feliz. E Mel, no palco como Rita, leva a sério essa missão: todas as vezes em que interpreta Rita, as pessoas se comportam como se estivessem num show. Cantando junto, batendo palma e, não raras as vezes, correndo para dançar na frente do palco no “bis” do espetáculo. Mel ganhou o Prêmio Shell de melhor atriz por este trabalho – ela também foi indicada aos prêmios DID e APCA. A montagem recebeu o Prêmio Arcanjo Especial e, no Prêmio PRIO do Humor, foi indicada nas categorias direção e atriz (Débora Reis) por sua atuação como Hebe Camargo.
Serviço
Rita Lee – Uma Autobiografia Musical
Teatro Casa Grande – Av. Afrânio de Melo Franco, 290 – a – Leblon
De 26/06 a 03/08 de 2025
Quinta a Sábado 20h; Domingo 18h
Classificação: 12 anos
Duração: 120 minutos