Em 2008, um grupo de jornalistas e repórteres da revista Manchete – revista que fechou as portas, falida, no ano de 2000 – se reuniu e organizou um bom compêndio das principais matérias publicadas pela revista. Nele há várias curiosidades. Registro uma delas, publicada na edição de 1953, há 70 anos, portanto:
A revista pediu, em nome do povo, a presença do Exército, da Marinha e Aeronáutica nas ruas do Rio para ajudar a polícia a combater o crime em Copacabana. Para construir a matéria, os repórteres da Manchete acompanharam uma batida da polícia nos morros. A reportagem chegou às bancas assinada por Walter Sampaio com fotos de Gervásio Baptista e Aymoré Marella. As fotos mostraram as armas apreendidas: “navalhas, facas, canivetes. O repórter denunciou um fato: “Quando a polícia se preparava para uma sortida, os malandros lá em cima dos morros já estão avisados e calmamente se põem ao fresco”.
Não preciso dizer mais sobre as razões que fazem hoje a cidade do Rio de Janeiro, um culto à violência e ao crime, nem ter trabalho para entender como chegamos ao ponto de olhar com naturalidade a eleição de bandidos e a nomeação deles para estruturas delicadas e perigosas como é o Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro.